Nietzsche: Ame Seu Destino

Os filósofos sempre tentarem achar soluções para os maiores dilemas que acometem os seres humanos, umas das questões mais recorrentes é: Porque sofremos? Qual o sentido da dor em nossas vidas?
O filosofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) via a dor e o sofrimento não como algo ruim, mas sim como uma forma de auto superação e de mudança para o indivíduo. Criador da famosa frase: “O que não me mata, me fortalece.”, Nietzsche com sua filosofia nos convida à encarar as adversidades da vida com heroísmo e coragem, superando nossos limites e nos tonando “Super-Homens”. Acometido por uma misteriosa doença, que lhe fazia sempre se mudar em busca de um clima agradável, Nietzsche não conseguia fazer laços de amizade fortes com outras pessoas, o que o levou a viver em constante solidão, até um dia em que teve um colapso mental, do qual jamais se recuperou. Nietzsche acreditava que a moral e a religião entorpeciam os indivíduos, dando a eles uma falsa sensação de alívio diante do sofrimento, impedindo-os de superar as suas limitações e dizer “sim” à vida. Para ele “O homem é algo a ser superado”. Um dos seus conceitos mais belos, chamado Amor Fati (expressão estoica que ficou mais conhecida ao virar um conceito nietzschiano) diz que devemos amar nossa vida assim como ela é, mesmo no seu aspecto mais cruel e doloroso:

“Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas. Amor-fati [amor ao destino]: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz Sim!”

As religiões (ou qualquer conceito ou ideia que afirma a existência de outra vida) principalmente o cristianismo, elevam a existência de outra vida em desprezo dessa, limitam o ser humano, nos impedem de vivermos nossos desejos, nos impedem de seguir em frente, tentam suprimir nossa Vontade, nos colocando algemas como a obediência, servidão, piedade. Nietzsche disse na época que existiam dois grandes narcóticos na Europa: O álcool, e o cristianismo. Isso nos leva a outra frase polemica do nosso amigo bigodudo: “Deus está morto”. Muita confusão gira em torno dessa afirmação, principalmente no meio religioso, muitos se enganam ao achar que Nietzsche comemora ao dizer isso, mas é totalmente ao contrario. No contexto de sua época, a Europa estava passando por grandes mudanças, intelectuais e culturais, Nietzsche então percebeu que a religião estava perdendo sua influencia no modo de explicar os eventos da vida. As verdades religiosas estavam sendo esmigalhadas pela ciência: nada é imutável, tudo está sujeito a mudança, Charles Darwin publica “A Origem das Espécies”… E a ideia de um Deus amoroso e criador de tudo vai por água abaixo. Nietzsche era um ateu, obviamente, mas ele sabia que a crença em Deus dava sentido à vida de muitas pessoas, e também servia de modelo moral para os indivíduos seguirem suas vidas. Mas e agora? Já que Deus “morreu”, como nós conseguiremos achar um sentido para nossa existência? Quais serão nossos novos modelos éticos e morais?
Por isso dizemos que Nietzsche afirma a morte de Deus com certa melancolia, porque todo sentido que ele dava para nossa existência agora não nos satisfaz, e só nos resta se entregar ao niilismo… Ou não?
Bem, vamos deixar isso para um próximo encontro, onde falaremos sobre o Eterno Retorno.
Até lá, viva perigosamente.

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Camundongo numa corda entre o homem e o super-homem…

 

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